sexta-feira, 22 de abril de 2011

Jamaica declara estado de emergência após ataques a delegacias


Imagens de televisão mostraram delegacia em chamas em Kingston

Um estado de emergência foi declarado em partes da capital da Jamaica, Kingston, depois que várias delegacias de polícia foram atacadas por grupos armados que tentam evitar a prisão de um suposto chefe do tráfico de drogas.

Os grupos dispararam contra duas delegacias e uma terceira foi incendiada. Estes grupos apoiariam Christopher "Dudus" Coke, que seria chefe do tráfico de drogas do país e que também é procurado nos Estados Unidos.

O governo da Jamaica concordou na semana passada em extraditar Coke para os Estados Unidos.

Mas, os grupos que apoiam Coke, de 41 anos, colocaram barricadas e afirmaram que vão protegê-lo.

O correspondente da BBC em Kingston Nick Davis afirmou que soldados e a polícia estão sob ataque e a fumaça ainda está subindo da delegacia incendiada.

O estado de emergência cobre os bairros de West Kingston e St. Andrews, onde a violência começou, e vai durar pelo menos um mês, de acordo com governo.

As áreas são consideradas regiões de apoio a Coke, que afirma ser um líder comunitário. Ele cuida dos moradores da região, dando dinheiro quando estão desempregados.

De acordo com Nick Davis, os que apoiam Coke acreditam que ele esteja cumprindo um papel que o governo não consegue cumprir.

A polícia exigiu a rendição de Coke e descreveu as barricadas levantadas nestes bairros como um sinal de "covardia", de acordo com a agência de notícias Associated Press.


Coke é acusado de ser chefe do tráfico de drogas

Procurado

O Departamento de Justiça dos Estados Unidos afirma que Coke é um dos mais perigosos chefes do tráfico de drogas do mundo. Ele é acusado de liderar uma gangue chamada Shower Posse, e operar uma rede internacional de tráfico.

A gangue também foi responsabilizada por vários assassinatos na Jamaica e nos Estados Unidos.

O primeiro-ministro jamaicano, Bruce Golding, afirmou no começo da semana que está preparado para enviar Coke para os Estados Unidos sob acusação de tráfico de drogas e armas.

A decisão do primeiro-ministro reverteu nove meses de oposição à extradição de Coke. Golding afirmava que as provas contra Coke tinham sido obtidas ilegalmente, por interceptação de suas conversas pelo telefone celular.

Mas, o primeiro-ministro mudou de ideia frente à crescente desaprovação do público, e também a questionamentos sobre seu possível envolvimento com Coke.

Golding pediu desculpas ao país e admitiu que não tinha cuidado muito bem do caso.


E A CONHECIDÊNCIA COM O BRASIL NÃO PARA, NÃO PARA, NÃO PARA NÃO....

Mulher é a nova 'rainha do tráfico' de Tijuana


As autoridades do México informaram que a liderança do Cartel de Tijuana está nas mãos de Enedina Arellano Félix, a única mulher a liderar uma organização de tráfico de drogas no país, segundo o Ministério de Segurança Pública.

Félix fez curso superior em contabilidade e só assumiu a liderança do cartel depois que todos os seus irmãos, fundadores da organização, foram mortos ou então presos.


Cartaz onde se estipula a recompensa pela captura dos irmãos de Enedina Arellano Félix

Atualmente Félix divide a liderança do Cartel de Tijuana com Manuel Aguirre Galindo, conhecido como El Caballo, um dos homens mais procurados do México e Estados Unidos, de acordo com a Procuradoria Geral da República mexicana.

A DEA (agência antidrogas dos Estados Unidos) afirma que Enedina é a responsável pelas finanças do Cartel de Tijuana, um dos que foram mais prejudicados na luta contra o tráfico de drogas travada pelo governo mexicano desde 2006.

Discreta

Especialistas afirmam que a imagem da nova líder do cartel é muito diferente da imagem de outras mulheres que já se envolveram com o tráfico de drogas no México.

Enedina Félix seria uma mulher discreta, eficiente, boa administradora e, ao mesmo tempo, muito poderosa no tráfico de drogas do país.

Víctor Clark, diretor do Centro Binacional de Direitos Humanos de Tijuana, afirmou à BBC que a liderança do cartel não era algo que Félix esperava.

"Ela está lá por questões de gerência, pela necessidade da família manter o controle da organização", disse. Clark acrescentou que ela é um exemplo das novas tarefas das mulheres no tráfico de drogas mexicano.

No entanto, ele acrescenta que a liderança de Félix não mudou as atividades do Cartel de Tijuana, pois o grupo mantém um alto índice de violência para defender seu território de grupos rivais.

O Ministério da Segurança Pública informou que Enedina Félix e seus sócios conseguiram manter o grupo ativo. Há dois anos, o Cartel de Tijuana enfrenta uma disputa com o Cartel de Sinaloa e mais de 2 mil pessoas já morreram ou estão desaparecidas.

Segundo o Ministério, Félix controla o embarque de drogas por meio de seu sobrinho, Fernando Sánchez Arellano, conhecido como El Ingeniero, e, ao mesmo tempo, se encarrega das operações financeiras do grupo.

A líder do cartel também supervisiona as alianças com outras organizações.

'Cultura machista'

Em seu livro El Cartel, o jornalista Jesús Blancornelas, que sofreu um atentado encomendado pela organização, conta que Enedina Félix estudou em Guadalajara, como vários de seus irmãos.

Em 2000 ela foi encarregada de administrar os negócios aparentemente legais da família, incluindo uma rede de farmácias, hotéis, casas noturnas, construtoras e lavanderias.

O Departamento do Tesouro dos Estados Unidos congelou as contas bancárias de várias destas empresas, com a acusação de que elas lavariam o dinheiro do cartel.

Mas, mesmo esta ação não impediu as operações financeiras do grupo, que, de acordo com a DEA, é a principal fonte do mercado de drogas da costa oeste americana.

Apesar de sua liderança, para o pesquisador do Colégio da Fronteira, Manuel Valenzuela, o papel de Enedina Arellano Félix ainda é marginal dentro do tráfico de drogas mexicano.

"Existe maior participação da mulher em âmbitos diferentes, mas o tráfico de drogas continua com uma cultura predominantemente machista", disse o pesquisador à BBC.














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